Julho lembra avó, casa cheia, mesa farta, neto, brincadeira. Amor, abraço apertado, agrado. Passeio a cavalo e um mundo de histórias contadas numa cama quentinha, com chocolate quente. Avó lembra presença, colo, carinho.
Avó combina com bolo, doce, sorriso, afeto. Avó lembra sabedoria de quem inventa mundos e fundos para agradar o neto, que pede segredo pela peraltice feita. Proteção, amizade, escuta.
Avó guarda segredo, mistura aconchego com gosto de broa de fubá, bolinho de chuva. Avó é companheira, sorri com os olhos, pinta, borda, acolhe. Lembra chamego, comida feita na hora.
Avó dá receita de bolo, de vida. Usa salto, trabalha, vai ao salão, retoca a pintura dos cabelos, vai à academia, namora, manda e-mail, leva o neto ao cinema, teatro, livraria. Gosta da gracinha do neto que já nasceu aprontando. Julho lembra avó que reza e se renova. Serenidade, presente da vida.
Julho lembra casa da avó que colhe ovos, faz queijo, quitanda, costura. Recordação da avó de olhos turvos, que mistura ternura, água da bica, animais no curral, frutas no pé, aperto na bochecha. Pede beijo, dá beijo, abraça.
Avó é felicidade de recomeço. Ternura, recordação, festa. Julho lembra aconchego, descanso, infância. Avó sábia que sabe que a vida é uma gangorra. Julho combina com amizade de vó.
Texto escrito em 2010.
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