Senti um imenso orgulho ao ler, pela primeira vez, aos onze anos de idade. Li em voz alta todas as palavras da primeira página do livro de português. Tanto a professora quanto os meus colegas ficaram surpresos com a clareza com que li todas as palavras. Não demorou muito e eu já acertava todas as palavras ditadas pela professora. Meses depois já fazia a lista de compras para o meu pai. Alcancei as melhores notas no primário e no ensino médio.
Ainda criança, fui apaixonado pelas históriasem quadrinhos. Algunspersonagens ainda guardo na memória como o Pato Donald, o Pateta, o Tio Patinhas e seus três sobrinhos. Eu possuía poucas revistas e só tinha acesso a elas quando alguém me doava algum exemplar. Por isso fazia várias leituras repetidas da mesma revista.
Mas eis que chegam os livros com leituras mais difíceis e complexas. Então, vi que o ato de ler ficou mais difícil, o que me despertou a procurar técnicas para melhorar as minhas leituras. Entendo que a língua portuguesa é muito rica e o aprendizado dela é bem fácil. Sugiro que a ortografia da nossa língua passe por uma reforma expressiva, pois a escrita de muitas palavras leva muitas pessoas à confusão e incompreensão de vários vocábulos.
Como falante da língua portuguesa, percebo que o seu uso pode variar entre pessoas e regiões do Brasil. Frequentemente me deparo falando palavras pela metade. Falo “ocês”, quando o correto é vocês, “falano” ao invés de falando, “tá bom”, quando o correto é está bom. Como mineiro legítimo, falo uai, uma expressão que só o nascidoem Minas Geraisusa. Mas em todas as regiões existem expressões que identificam o seu povo. São muitas formas de pronunciar as palavras, por isso percebo que também faço parte desse grupo de falantes.
Falo uai, falo trem e outras tantas expressões. Sou usuário desta rica língua portuguesa.
O autor é aluno do 1º período de Administração das Faculdades Del Rey –
Atividade de Língua Portuguesa – 1º semestre de 2012.
Ao ler a crônica do Marcelino fiquei muito emocionada, pois pensei no projeto que criei: “Concerto de Leitura”, cujo objetivo é, principalmente, levar literatura a crianças que não têm acesso aos livros.
Recordo também da frase de Mario Quintana: “O pior analfabeto é aquele que aprendeu a ler e não lê.” O Marcelino lia e relia as mesmas revistas, pois não havia livros. O importante é que havia vontade de ler. Hoje, o
Marcelino é um aluno dedicado aos estudos e que escreve com clareza e fluência. Uma qualidade imprescindível
e quase rara tanto na comunicação escrita quanto falada.
Marcelino, obrigada por autorizar a publicação do seu texto. Sucesso!
Abraço, Regina
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